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ONE AMAZON ROAD BELT

Avalição ex-ante da relação custo-benefício de investimentos em projetos de infraestrutura viária.

 

A construção de rodovias na Amazônia brasileira historicamente abre caminho para uma rápida ocupação e acelera o desmatamento na região. Mais recentemente, a expansão da malha de transportes, incluindo a repavimentação de rodovias emblemáticas como a BR-319, tem sido anunciada como prioridade governamental. Contudo, novas estradas e ferrovias muito provavelmente impulsionarão novos ciclos de desmatamento com significativos impactos locais e regionais, incluindo prejuízos para o agronegócio que depende da regulação climática e serviços ambientais da floresta amazônica. Assim, é fundamental avaliar de forma ex-ante a relação custo-benefício destes investimentos no tempo e no espaço para subsidiar a tomada de decisão. Esse projeto se propôs a investigar tanto a viabilidade econômica quanto os impactos ambientais e sociais diretos e indiretos das principais infraestruturas de transporte planejadas na Amazônia visando qualificar cientificamente o debate público.

Saiba mais.

METODOLOGIA

Para projetos com intensa pressão governamental para rápida implementação, como a Ferrogrão e a repavimentação da BR-319, o modelo OTIMIZA-Infra foi associado Sim Amazonia para analisar impactos socioambientais cumulativos e sinérgicos com o objetivo de subsidiar o debate público. Foram estimadas as áreas de influência direta e indireta dessas intervenções e calculadas as possíveis trajetórias de desmatamento, emissões de GEE e perda de serviços ambientais, quando aplicável.

RESULTADOS

Estima-se que a perda florestal na bacia logística do Ferrogrão pode chegar a 65% até 2035. Com o terminal de transbordo em Matupá, as perdas econômicas com as emissões de CO2 de origem florestal chegariam a US$ 1 bilhão (US$ 10/ton CO2) apenas para as Terras Indígenas. Com relação à pavimentação da BR-319, estimamos que o desmatamento acumulado até 2050 aumentaria em quatro vezes em comparação à média histórica projetada. A perda da vegetação nativa afetaria diversos serviços ambientais, principalmente a regulação das chuvas. Isso acarretaria uma perda de mais de 350 milhões de dólares por ano, apenas em receitas de geração de energia hidrelétrica, cultivo de soja e pecuária. Nosso estudo conclui que um estudo de viabilidade de infraestrutura de transporte deve levar em consideração a concorrência com outras rotas sob uma visão sistêmica de suas externalidades. Portanto, há a necessidade de estudos de modelagem integrada que considerem não apenas os aspectos logísticos, mas também os custos socioambientais dos projetos, individual e conjuntamente, a fim de buscar soluções que contribuam para o desenvolvimento sustentável do país.

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